ENTREVISTA MIAU - Vlamir Belfante (professor Alemão Senzala Brasil) para Costelas Felinas Editora

 




Costelas Felinas entrevista o autor miau Vlamir Belfante

1. As mídias sociais desempenham um papel para você como autor?

Sim. Estudei o mestrado em Comunicação Social e sabemos que a sociedade passou por diversas fases, a penúltima foi a sociedade da informação. Nossos bancos de dados estão recheados de informações de tudo que é tipo. As tecnologias de processamento de dados com computadores de última geração estão sempre em alta. Mas agora estamos na sociedade da informação. Essas informações estão nas mídias sociais. A todo momento as pessoas estão vendo notícias no Google, no  Facebook, Youtube, enfim, tudo está na mídia.

2. Sua obra passou por alguma mudança significativa desde o primeiro rascunho?

Com certeza. Foram diversos conteúdos que foram acrescentados posteriormente, e depois que enviei para nossa querida Editora, foram formatadas tabelas, ajeitada a diagramação, elaborada a capa, enfim, foi dado um plus para que o texto se convertesse realmente na obra que é atualmente.

3. Como você aborda a origem do berimbau e sua integração na cultura brasileira em seu livro "Berimbau - Histórico, Referências e Diversidade"?

Sim. Fazemos uma recuperação histórica do instrumento, desde a concepção do arco musical, muito provavelmente advindo do próprio arco da caça com a flecha, e passamos por diversos países do mundo onde há variações do instrumento, indicando sua utilização e o nome característico naquela cultura.

4. Quais variações regionais e tipos de berimbau você discute em sua obra, e qual a importância dessas diferenças?

Aqui no Brasil o berimbau aparece com o primeiro nome de gunga, vai passando o tempo e se torna conhecido como berimbau, também chamado por alguns de berimbau de barriga para se diferenciar da trompa de Falópio, o berimbau de boca. Na cultura da capoeira, temos lá atrás dois tipos de berimbaus, o chamado berimbau dos Angolas, por Mestre Bimba, e o berimbau da Capoeira Regional, feito por Mestre Bimba. Há características físicas diferenciando-os, mas os instrumentos se prestam ao mesmo objetivo e possuem, acompanhando-o, dobrão, a vaqueta e o caxixi.

5. O que o motivou a escrever sobre o berimbau e qual foi o maior desafio durante a pesquisa para este livro?

Estou no mundo da Capoeira desde 1978, vendo o instrumento, tocando-o, ou arranhando-o, como dizem, e fazendo o instrumento também. Com meus alunos tenho que mostrar como confeccionar na prática, pois o quesito do artesanato também faz parte da formação do capoeirista. Temos um dvd sobre a confecção e partes do instrumento.

6. Escrever uma obra é um ato fascinante, exaustivo ou os dois?

É um ato fascinante. Não é exaustivo quando se tem amor no que faz. E a colocação no texto do livro daquilo que pesquisamos é fantástico, pois é emocionante ver o texto ganhando vida, havendo links, tudo se ligando.

7. De que maneira  explora as influências do berimbau na arte e na música contemporânea no seu livro?

Nesse livro abordamos mais a constituição física do berimbau, mas falamos também especificamente de toques ligados à musicalidade do berimbau para a capoeira. Mas estamos realizando outro livro, eu e o prof. Eduardo ( também prof. Universitário), um livro intitulado berimbau e a música popular brasileira. Fazemos um resgate na música popular brasileira, onde aparece a figura da capoeira ou do berimbau. Será surpreendente ver que o instrumento ou a capoeira sempre estiveram presentes na nossa musicalidade. Com Baden Powel temos o berimbau percussivo no violão. Há outro trabalho a ser feito com Mestre Zelão do Berimbau, do Rio de Janeiro, onde abordaremos além do seu talento, toda produção ligada à musicalidade e inovação do berimbau, em diversos tipos de musicalidades.

8. O que os leitores encontrarão na obra "Berimbau - Histórico, Referências e Diversidade"?

Nossos leitores verão a diversidade gigantesca desse instrumento que parece ser tão simples, por todo o universo, também os principais toques usados na esfera da capoeira e alguns personagens que usam seus toques para determinadas funções na capoeira.

9. Você já experimentou o bloqueio do autor? Como você superou isso?

Nossa. Esse é um tema complicado. Nunca imaginei que poderia vivenciar isso. Estou passando no momento por um conflito. Estou desesperado, pois as ideias são tantas e também já há diversos livros iniciados com outros autores e por diversos motivos, não conseguimos completar os trabalhos. Mas, estão sendo gerados aos poucos. Não travamos de vez, apenas há um certo retardo que me causa muita ansiedade. Não superei. Estou procurando a receita para resolver esse mal. E buscar atender a todos...

10. Qual sua frase de incentivo para os autores iniciantes?

Uma ideia, por mais simples que seja, vira um livro. É bíblico. Tenha fé e realize ações. A fé é a certeza que vai conseguir. Confie. As ações e buscar ser metódico, buscar inspiração, dividir o livro em capítulos chaves e ir preenchendo conforme for obtendo informações. Quando eu trabalhava no Ministério Público e apresentava uma peça jurídica ao Promotor de Justiça, perguntava se estava boa. Ele dizia para que lesse, que depois guardasse e novamente relesse no outro dia, que certamente a modificaria. Então, sempre temos possibilidade de dar mais qualidade no nosso trabalho. Tem que ler e reler, buscando nos colocar no lugar dos leitores.  Estou aqui escrevendo e pensando que todos os meus livros já possuem conteúdos que poderei ampliar em edições futuras. Isso não é exaustivo, é motivador. Escrever gera satisfação. É um prazer, a princípio com você mesmo e que futuramente será um prazer em comum a você e seus leitores. Quando escrever, tenha sempre uma boa Editora que possa trocar informações, pedir sugestões, se abrir quando tiver alguma dificuldade gráfica, principalmente, e se ela for coesa, dando o apoio necessário, sua obra ficará pronta em bem menos tempo do que você imagina. Assim foi com a Costelas Felinas. Acompanho o trabalho da Cláudia Brino e do Vieira Vivo há muito tempo, desde o dia em que eu participava de um Sarau, em Santo André, na biblioteca municipal Cecília Meireles, ao lado da Igreja Nosso Senhor do Bonfim, e eles com a simpatia característica de cada um, nos deu o prazer de sua visita. Deram o número de contato. Anotei, fiz contato, acabei ganhando livros da autoria deles e posteriormente editaram maravilhosamente meu livro sobre o Berimbau. Sucesso para eles e para todos vocês, futuros colegas de edições.

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