ENTREVISTA MIAU - Rafaela Navas pra Costelas Felinas Editora


 Costelas Felinas entrevista a autora miau Rafaela Navas

  

1.   As mídias sociais desempenham um papel para você como autora?

Com toda a certeza, as mídias sociais atualmente são de suma importância já que com ela conseguimos ter um alcance maior de leitores. E fazer o trafego pago, ficou mais acessível e mais prático, já que o próprio autor pode montar sua estratégia de divulgação, inclusive maior parte da população está nas redes sociais.

 2. Sua obra passou por alguma mudança significativa desde o primeiro rascunho?

Sim, florescendo passou por muitas mudanças desde a primeira versão o final era quase uma cópia do livro Como Eu Era Antes de Você da autora Jojo Moyes. Na época que escrevi o primeiro rascunho eu estava completamente obcecada pelos livros dessa autora, portanto o tempo foi passando e as coisas mudaram, quando o reescrevi, eu tinha novas visões de como a história deveria prosseguir, e o problema familiar foi só inserido nas últimas releituras do livro, e o livro é de um tema mais leve, para jovens-adultos, um livro que eu claramente leria aos 17 anos.

 3.  Qual foi a inspiração por trás da criação da protagonista Lorelay e sua jornada de descoberta e crescimento em "Florescendo"?

Na fase que comecei a escrever florescendo, eu consumia muitos livros, filmes, documentários e matérias sobre violência doméstica, inclusive foi um dos temas de redação que escrevi para praticar para o Enem, que iria realizar naquele ano. Então Lorelay nasceu da necessidade de falar sobre o tema, e como que uma relação familiar conturbada pode ser disfarçada de proteção, já que o pai de Lorelay que é completamente autoritário, sempre diz o mesmo discurso, que é para a proteção dela apenas. E a mãe da protagonista, mesmo fazendo de tudo para proteger a filha não tem voz alguma dentro daquele ambiente. A descoberta e crescimento está no ato de romper os ciclos, até porque você pode crescer em um ambiente conturbado, portanto, se você romper este ciclo os teus filhos não vão passar pelo mesmo que você passou.

4.  Como você equilibrou a intensidade do romance com os conflitos familiares enfrentados pelos personagens na história?

O romance e os conflitos andam em uma linha muito tênue, e se eu desviasse um pouco sequer das atitudes de qualquer personagem, o livro viraria apenas conflitos ou apenas romance, tive muito cuidado em relação a isso, já que nesta história queria mostrar uma vertente diferente de como o amor nasce nos mais diversos lugares e no meio das mais diversas dificuldades. Lorelay e Dylan, ambos tinham problemas, mas mesmo assim o amor floresceu entre os dois e os dois fizeram acontecer. Como eu sempre gosto de falar e repetir, o amor não é apenas um sentimento o amor é uma escolha, você escolhe amar a outra pessoa, você escolher ficar com ela, e foi isso que os protagonistas deste romance fizeram, eles escolheram um ao outro.

5. Qual foi o maior desafio que enfrentou ao explorar a dinâmica familiar conturbada na narrativa? Como isso contribuiu para o desenvolvimento dos personagens?

O maior desafio foi manter o mais próximo da realidade possível, não queria que abordasse um assunto que não acontecesse com frequência, então coloquei o que mais se vê nos dias atuais. Contribuiu para a vivencia dos personagens de algo que eles saíram, para buscar algo melhor, tendo em vista que todas as atitudes que foram tomadas, houve uma consequência que não dava para não acontecer.

6.  Escrever uma obra é um ato fascinante, exaustivo ou os dois?

No meu caso diria os dois e um pouco mais. É fascinante quando a gente vê a história acontecendo bem diante dos nossos olhos, é cansativo, porque passamos horas e horas fazendo o mesmo trabalho repetidamente, é cheio de êxtase quando está quase no final, e emocionante quando colocamos o ultimo ponto final, que é embalado por alegria. O processo de criação de um livro é como gerar um filho, leva tempo, mas depois que ele chega ao mundo e algo surreal e avassalador.

7.  O tema do desabrochar do amor é central em "Florescendo". Como você desenvolveu essa temática ao longo do livro?

A temática do amor sempre me fascinou, até porque existem mais de mil maneiras de se amar alguém. Usei muito do meu aprendizado pessoal para desenvolver está história, que até me fez lembrar que não é possível que se separe o autor da obra, já que tem muito dos sentimentos do próprio autor nela. Então tive o máximo de cuidado em relação a isso, até porque estava construindo uma história no qual a protagonista está vivendo o seu primeiro amor, e conhecendo mais nuances do amor verdadeiro, já que o que ela conhecia era uma coisa mais perturbadora e não amor de verdade.

8. Em "Florescendo", há uma forte mensagem sobre romper ciclos. Qual é a mensagem principal que deseja transmitir aos leitores através dessa temática?

A mensagem principal é: não viva em um ciclo tóxico por ser apenas isso que você conhece, á muito mais lá fora para se ver. E sim, você pode se afastar daquele familiar que sempre te fez mal, sem se sentir culpado, pois você não tem culpa se aquilo era a única coisa que tinham para te oferecer, e não, você não merece ficar em um lugar que apenas de machuca e lhe entristece, vá embora, e não tenha medo.

9.   Você já experimentou o bloqueio do autor? Como você superou isso?

Sim, a primeira vez foi quando eu era criança, comecei a escrever com oito anos, e isso era uma coisa nova para mim, portanto, por conta de um texto que meu professor na época leu em sala de aula, surgiu um Bullying tremendo, que me causou muitas inseguranças a respeito de escrever, então parei por completo. Na segunda vez foi por conta de uma pessoa que me relacionava na época que fazia questão de me tratar e as minhas escritas como algo infantil e fútil, fazendo uma deveras lavagem cerebral na qual me fez para novamente, e só voltei a escrever na pandemia, eu me sentia muito só, e as histórias me ajudavam a me sentir um pouco mais viva, escrevia de tudo, e depois disso nunca mais parei de escrever. As vezes tenho alguns bloqueios criativos, mas sempre treino uma escrita criativa, faço alguns rascunhos livres, e crio cenários imaginários antes de dormir, ajuda a não perde mais o foco. E diferente da Rafaela de oito anos, hoje eu tenho vinte e um e não tenho medo dos julgamentos e piadas, eu vivo a minha verdade, e escrever e algo verdadeiro, e não me imagino parando de fazer isso nem um dia sequer na minha vida.

10.   Qual sua frase de incentivo para os autores iniciantes?

“Nunca deixem te dizer o que você deve fazer, seja o que você quiser ser.”

Está é a minha frase motivacional que uso sempre, até porque somos nos mesmo que temos que lidar com as nossas frustrações, não é o outro, é apenas você, então faça o que você quer e o que você ama, e não tenha medo.

FRAGMENTO DA OBRA FLORESCENDO 👇

(...)

Continuo com a minha rotina na floricultura do meu pai todos os dias após as aulas. Normalmente Joseph fica aqui pela manhã, mas ele sai às 2h30, então depois daí quem assume sou eu.

 Já se passaram três dias que Dylan veio na floricultura pela primeira vez, e eu não conseguia parar de pensar nele porque eu estaria pensando? Ele deve ter uns 25 anos por aí, deve ter namorada, às vezes nem mora aqui. O que levaria ele voltar aqui também, novas flores?

Talvez ele seja de outro país, quem sabe França, Suécia, por que não a Irlanda? O tempo que estava aqui debruçada em cima do balcão passou tão rápido que estava quase na hora de ir para casa, mas mesmo assim tenho que ir, pois tenho que passar no mercado.

Estava na sessão de hortifruti do mercado, eu nunca lembro do que preciso comprar, realmente tem várias coisas que nem sei fazer ou como usa, mas sempre coloco na minha cestinha, ando entre as bancas de frutas, pego alguns tomates na banca, quando me viro para sair dou de cara com o Dylan.

— Ops! Me desculpa não o vi atrás de mim. — Peço desculpas, chegando mais para trás já que ele ficou centímetros de mim, ele era alto, muito alto inclusive. (...)

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