ENTREVISTA MIAU - autora Hannah Carpeso para Costelas Felinas Editora

 


Conheça a autora Hannah Carpeso que, junto com a Costelas Felinas Editora, editou três títulos de livros em estilos completamente diferentes! 🌟 Descubra como ela transformou sua paixão pela escrita em obras únicas que você não pode deixar de ler.


1. As mídias sociais desempenham um papel para você como autora?

R: Sim, As mídias sociais são fundamentais para a divulgação do trabalho.  Hoje não há outro espaço que alcance leitores como a internet.   Para quem ainda não conquistou as  livrarias com público fiel,  o tráfego pago é uma ferramenta  fundamental para  conquistar  visibilidade.

2. Você publicou conosco três trabalhos distintos, como é o seu processo criativo ao escrever para diferentes gêneros literários? Há diferenças significativas entre escrever poesia, literatura infanto-juvenil e contos?

R: O meu processo criativo é interessante. Desde cedo, escrevo. Comecei na adolescência quando o coração romântico brotava poesias, Também o colégio onde estudei incentivava concursos de poesias; depois no período de magistério, escrevia  algumas histórias infantis, inspiradas em Maria Clara Machado porque  entre as leituras infantis, e as apresentação de teatro com os alunos  me despertaram  histórias.. No caminho da aposentadoria revisitei meus escritos e aventurei uma primeira vez. Surpresa minha, a editora aceitou e surgiu o Lápis que escrevia sonhos. Fiquei animada e logo a seguir veio Ser um cartão postal à porta de sua casa... Por isso brinco que um Lápis escreveu um sonho e enviou um cartão postal ao mundo. Assim surgiu Hannah Carpeso. Depois disso conheci a Editora Costela Felina nas revistas Cativas e nos tornamos parceiras.  Mas, sobre as diferenças entre escrever poesia, literatura-infantil e contos, revelo que para mim, encontrar a alma da criança e do jovem é a mais difícil – são mutantes. A poesia flui repentinamente, diante de algum sentimento ou emoção. Escrevo como se psicografasse os versos. Já os contos, surgem do cotidiano, mais elaborados, construídos como lego, encaixados como dominós. E gosto de finalização inesperada.

3. Quais autores ou livros mais influenciaram o seu trabalho em cada um dos gêneros que você escreveu?

R: Bom.  Normalmente vejo escritores citarem autores que inspiraram seu estilo,  sua forma  de redação, Devo dizer que fui uma adolescente voraz em leitura. Mas nunca tive a pretensão de escrever pensando em publicar. Na fase de literatura infantil Maria Clara Machado com suas peças de teatro foi uma referência. Na poesia, como já mencionei ela brota como se eu conversasse comigo E quanto aos contos e crônicas, talvez... Eu possa dizer : Luiz Fernando Sabino com seu humor, Nelson Rodrigues com sua acidez. No íntimo, sem consciência, uma pitada de cada um que me caiu nas mãos a folhear. 

4. Como tem sido a recepção dos leitores em relação aos seus três livros? Algum feedback em particular te marcou?

R:Em verdade,  meus livros merecem divulgação.  Dizer dos leitores mais próximos- que leram, tive uma experiência gratificante.  O lápis que escrevia sonhos em particular agradou a adultos mais do que aos jovens. Espalhando contos – onde apresento uma diversidade de temas, recebi uma crítica estimulante, vale notar que atualmente, o leitor mostra maior interesse por ficção e terror – o que exige de mim, um mergulho no sombrio que às vezes me assusta. Quanto ao livro Doses de Versos, reuni poesias que foram premiadas e publicadas em concursos literários, A poesia requer uma sensibilidade nem sempre compreendida por muitos.

5. Quais foram os maiores desafios ao escrever e publicar livros em três gêneros tão distintos?

R: O maior desafio como já ressaltei é a literatura infanto-juvenil - é o mais difícil de publicar. O mercado é muito fechado. E o custo alto para tornar o livro atraente. Contos -  é mais aberto, crônicas também é bem vinda. Infelizmente, o meu entender, é que as pessoas têm pressa e preferem textos curtos, mensagens breves. Também pude avaliar que com a pandemia e a solidão, muitos descobriram a escrita e com isso uma inundação de gêneros literários aflorou e pede espaço. Romances mais sofisticados são reservados a best-sellers. Outro ponto é sobre investimento que o autor precisa imitir para publicar, o retorno nem sempre compensa. Também apesar da oferta de editoras ser muita, poucas são como A Costela Felina justa nos custos, responsável nos prazos e de qualidade no trabalho final. 

6. Escrever uma obra é um ato fascinante, exaustivo ou os dois?

R: Escrever é uma viagem. Devo confessar que estou viciada. Mal acabo um texto, sinto falta quero mais. Alguns estão no meio do caminho esperando um momento certo de recuperação. São substituídos pelos que afloram sem razão especial e que ocupam dias e noites, horas teclando. E já me acostumei a ser uma escritora noturna. A questão é acordar cedo no dia seguinte.  Mas não brigo com texto. Deixo descansando, em algum momento um insight faz com que eu o reescreva, ou lhe dê mais férias.

7. Como você sente que evoluiu como escritora desde o lançamento do seu primeiro livro até agora? Algo mudou na sua forma de enxergar a escrita?

R. Ao reler meus livros, sempre acho que poderia ter escrito melhor. O que posso afirmar é que minha maturidade literária acompanha minha idade cronológica. Meu texto tem sido mais denso e/ou mais leve, menos adjetivos, frases mais curtas e nominais, inspiração em memórias e projeção ficcional. A escrita para mim tem sido companheira, desabafo, terapia, campo de observação social e intimista – revelação.

8. O que os leitores encontrarão nas obras: Doses de Versos, Espalhando Contos e O Lápis que Escrevia Sonhos?

R: Encontrarão mensagens. Momentos: de reflexão, de relaxamento, de prazer, de instigação, de diálogo e de compartilhamento.

9. Você já experimentou o bloqueio do autor? Como você superou isso?

R: Para mim, o bloqueio é a sensação de incompetência que o autor percebe diante de um personagem forte e que ele não sabe como lidar. No início, eu insistia, depois percebi que o desgaste não acrescentaria nada. Hoje, quando escrevo e sinto um vazio, percebo a hora de parar e dar férias ao texto. Esqueço por um tempo. Quando retomo, a maioria das vezes o personagem é encontrado morto, então cabe ressuscitá-lo. O tempo é o melhor escritor.

10. Qual sua frase de incentivo para os autores iniciantes?

R: Escreva. Escreva para você. Há quem diga que a escrita tem que visar o leitor. Eu creio que seu estilo encontrará o seu leitor. Receita de bolo qualquer um faz. Use os ingredientes que marcam a diferença no sabor. E nunca, nunca desista do livro impresso.

Postagens mais visitadas deste blog

COSTELAS FELINAS EDITORA - RECEBA SEU EXEMPLAR GRÁTIS