ENTREVISTA MIAU - Autora Conceição Maciel para Costelas Felinas Editora

 

Costelas Felinas entrevista a autora miau Conceição Maciel

1. As mídias sociais desempenham um papel para você como autora?

Certamente, eu recebi com apreço a chegada das novas tecnologias, especialmente as mídias sociais. Eu sempre digo que a internet é um universo que pode ser explorado e usado a nosso favor e é isso que faço. Sou adepta de coisas novas, de interações e descobertas que possam me fazer bem, que possam ajudar no meu processo de comunicação e interação com meus leitores e, a partir disso, poder levar meus escritos para o mundo. As mídias sociais desempenham um importante papel na minha trajetória de escritora, elas me possibilitam conhecer novos autores, andar em direção a novos leitores e, principalmente, me oportunizam romper fronteiras que antes eu julgava impossível. É através das mídias sociais que divulgo minha arte e é através delas que consigo vender meus livros e divulgar outros autores, formando assim, uma rede de apoio muito importante, acredito eu.

2. Sua obra passou por alguma mudança significativa desde o primeiro rascunho?

Na verdade, Caminhos surgiu de repente, como se fosse uma paixão latente e visceral. A obra surgiu do nada e eu disse para mim mesma: - esta se chamará Caminhos e assim foi. Desde que a escrevi, quase nada mudou, na verdade, a mudança mais radical foram as inclusões de mais poemas para que ela ficasse com mais páginas, mas não houve mais mudança. Ela se formou na minha mente, eu escrevi, enviei para as Costelas Felinas que fizeram um exemplar grátis e a partir daí, ela tomou forma e hoje está em muitos lares pelo Brasil.

3 O que a inspirou a escolher os temas de seus poemas, assim como o título do livro “Caminhos”?

Achei que Caminhos era um título que tinha muito a ver com a minha trajetória; de vez em quando tiro um dia ou umas horas para analisar minha caminhada e percebo que são tantos passos dados, tantos caminhos traçados que resolvi que queria escrever sobre eles, sobre o meu andar através da Poesia e tudo o que a compõe. Em Caminhos há muito de mim, são poemas que falam sobre o meu dia a dia, filhos, amores, amizade, saudade, natureza, coisas e pessoas que caminham comigo e que me apoiam e incentivam, afinal “nem todos os caminhos pelos quais passei são meus”.

4. De que maneira as experiências pessoais e os desafios do cotidiano influenciam sua escrita?

A minha escrita é feita de vivências, de cotidiano, de pequenas coisas que impactam meu viver; todas as experiências, sejam elas boas ou ruins se transformam em inspiração, são elas que influenciam minha escrita, são elas que estão perpetuadas nas páginas dos meus livros. Não consigo desconectar as minhas vivências, as lágrimas, os risos, as lembranças, saudades, a beleza da natureza e as complicações causadas pelo homem, da certeza de sentimentos que moram em mim e são eles que inspiram o meu versejar e minhas narrativas.

5. Como você equilibra a delicadeza e a intensidade em seus versos, transformando emoções complexas em poesia?

Cada poema é uma emoção que nasce de acordo com cada sentimento. Já escrevi chorando muitas vezes, assim como já escrevi sorrindo ou circunspecta, acredito que cada tema exige do autor uma forma diferente de olhar e analisar as tessituras de cada poema. A emoção é que vai ditar o ritmo; a poesia está no sentimento e se não há um mínimo sentimento de verdade e pertencimento, o poema não flui ou se fluir, não consegue transmitir a poesia que cada autor pretende. Espero ter respondido à essa pergunta.

6. Escrever uma obra é um ato fascinante, exaustivo ou os dois?

Para mim, com certeza, escrever é um ato que me fascina, me enche de alegria e por isso me esmero, me empenho, me dedico, procuro pesquisar, me atentar aos detalhes para que a minha escrita chegue ao leitor com a mesma emoção que me toma ao escrever.

7. Como você enxerga o papel da poesia na superação das dificuldades e na promoção da resiliência pessoal?

Acredito que tanto para quem escreve quanto para quem ler o poema, já é um ato de resiliência. A poesia desempenha um importante papel naquele que escreve e naquele que lê, pois através dela, o próprio autor a tem como forma de libertação e superação e para o leitor, a poesia chega promovendo pertencimento e emoção. Não há nada mais belo.

8. O que os leitores encontrarão em sua obra “Caminhos”?  

Como eu disse anteriormente, em Caminhos há o encanto de uma poética pura e genuína, o encontro de versos que unidos por palavras desencadearam em mim um misto de amor e alegria e que procuro tocar o leitor com o afeto peculiar em minhas letras; o cotidiano e sentimentos verdadeiros são peculiares em meus versos. Caminhos é para ler em um final de tarde suave, quando o sol já vai se pondo e nos convida a divagar por entre versos prenhes de sentimentos bons.

 9. Você já experimentou o bloqueio do autor? Como você superou isso?

Com certeza, acredito que todo escritor já enfrentou este drama. Eu o experienciei no início deste ano quando as palavras não conseguiam se unir e os versos voaram sem direção para tão cedo não retornarem. Não foi fácil, mas graças a Deus, depois de algumas semanas ou meses, a inspiração foi desbloqueada e voltei a escrever. Este é um dos desafios que temos que enfrentar, afinal, tudo na vida passa e há tempo para tudo é só ter paciência.

10. Qual sua frase de incentivo para os autores iniciantes?

Ler é essencial, às vezes através da leitura nos identificamos com algum autor e ele se torna referência para nós. A leitura nos faz viajar, emocionar e sonhar. Leia, sonhe e... Escreva.

Poema do livro Caminhos

poesia no caminho

por entre o caminho

as flores falam

dialogam meus carinhos

pronunciam palavras de ternura

enfeitam cada passo

e diante do meu silêncio elas calam

e em enlevo de amores

suas cores adormecem

as folhas ficam secas

silencia a natureza

tudo em mim fica tão frágil

e o vento sopra baixinho

como verso de candura

já é tempo de sorrir

já é hora de partir

solta o riso preso na garganta

reinventa teu futuro

e deixa ir o que não te faz bem

despede-se da nostalgia

viva essa poesia que habita dentro de ti.


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